TAÍS CÂMARA DA ROCHA ASSIS

Praia do Saco

Me chamo Taís Câmara da Rocha Assis, casada, tenho dois filhos, moro em Mangaratiba há 45 anos, filha de Sára Câmara da Rocha e Antônio Diógenes Pimenta da Rocha, nascida em 30/12/1977. Não nasci na cidade (essa é minha frustração) porque na época minha mãe estava fazendo o acompanhamento da gravidez na cidade vizinha de Itaguaí. Histórias e memórias têm muitas, mas vou contar a que mais gostava: “O Carnaval”. Se não me falha a memória, comecei a participar do carnaval muito cedo, mais especificamente no Bloco do Farofa, com aproximadamente seis anos. Era uma festa, eu e minhas amigas íamos no “barracão” do bloco que ficava nos fundos da Prefeitura, no portão de ferro, pegar os desenhos de nossas fantasias. Minha mãe e minha tia colocavam as máquinas de costura no quintal para a confecção das mesmas. A cada dia era uma alegria, a cada paetê costurado uma emoção e minhas amigas em suas casas na mesma rotina. Disputávamos qual fantasia estava mais adiantada, e de quem ficaria pronta primeiro. Nesse meio tempo, minha mãe já tinha escolhido as fantasias para todos os dias do Baile Infantil do Clube Náutico dos Mangarás e como ela tinha trabalho nessa época, os ensaios do bloco não poderiam faltar. Eu ficava muito nervosa com medo de não deixarem eu desfilar (coisa de criança) por conta das faltas. Lembro-me do Tio Manir tocando tamborim. Ficava minutos parada olhando. Jorge Carlos era o intérprete e o Beto Braga o mais animado da turma gritando meu nome (ele me chamava de IGI). No baile infantil lembro do Carrição tocando as marchinhas que levantavam a criançada. Eu também não faltava a nenhum dia do baile, geralmente. Um dia de carnaval eu e minhas amigas fazíamos uma fantasia só, todas iguais e as pessoas nos paravam para tirar fotos. No último dia de carnaval quando tocava “Ai ai ai ai, ai, ai. Está chegando a hora. O dia já vem raiando, meu bem. Eu tenho que ir embora...” eu chorava muito e minha mãe tentava me consolar dizendo que no próximo ano teria tudo novamente... Minha cama e a casa inteira ficavam brilhosas por conta do glitter das fantasias e demorava dias para sumir completamente. Que saudade tenho de nosso carnaval! Chega a marejar os olhos.

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