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Darcy Rosa das Neves

DARCY ROSA DAS NEVES

Mangaratiba - centro

Nasci em 12 de outubro de 1943 em Paraty. Quando adolescente, conheci Mário Peixoto já maduro. Conheci também Vitor Breves e José Miguel. Cheguei em Mangaratiba com cerca de 15 anos para morar na Vila e passei a trabalhar como cabeleireiro. Por meio desse ofício conheci muita gente. O salão ficava em frente à praia onde hoje é a sorveteria. Na época do início da minha vida profissional o trem com Maria Fumaça passava na frente do salão. Os clientes vinham de trem, de Ibicuí e outros bairros. Não lembro de atender o Mário Peixoto, porque ele ainda era muito novo e os mais velhos não tinham confiança. Mas o Vitor de Souza Breves atendi. Lembro que ele já estava com mais de 80 anos e chegava no salão em uma charrete puxada por animais. Vinha acompanhado de funcionários que o ajudavam a se movimentar. Os frequentadores do salão ofereciam voluntariamente seus lugares na fila do corte para ele. Ele chegava devagar, alguém arrumava uma cadeira pra ele se sentar, e quando liberava a cadeira davam lugar a ele. Tenho título de cidadão, quatro filhas nascidas aqui e esposa mangaratibana. Adoro a paisagem da cidade, essa visão, esse ar, essa tranquilidade. Quando penso na cidade, penso na minha família, mas duas de minhas filhas, uma psicóloga e uma nutricionista, até tentaram empreender na cidade, mas não funcionou. Elas mudaram para outro lugar.

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Marli Rodrigues

MARLI RODRIGUES

Mangaratiba - centro

Vim parar em Mangaratiba há 50 anos por intermédio do pessoal do futebol. Abri uma pensão de comida, me apaixonei, casei e fiquei para o resto da vida. A cidade era muito boa: tinha bloco de carnaval, cinema... aí acabaram com o cinema. Todo mundo se conhecia. Depois foi tudo se modificando. Há 30 anos moro do outro lado da Rio-Santos, na Praia do Saco. Vi a Rio-Santos chegar. A pensão também era na Praia do Saco, mas eu fechei há alguns anos. Lembro que antes era difícil chegar lá porque a estrada era ruim e o ônibus atolava. Eu servia principalmente para as firmas, que tinham mais de 10 mil funcionários. Meu marido sofreu um acidente grave de trabalho. Ele era lanterneiro e teve boa parte do corpo queimado. Mas mesmo depois do acidente ele ainda foi mestre-sala de bloco, e eu saí de destaque. Adorávamos o carnaval! Ele teve uma oficina mecânica em casa e descobriu que estava com câncer porque começou a cair muito da bicicleta – ele ia pra todo lugar de bicicleta. O acompanhei até o fim.

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Natalino Teixeira da Cunha

NATALINO TEIXEIRA DA CUNHA

ILHA GUAÍBA

Fui um dos primeiros funcionários da MBR. A empresa foi inaugurada por volta de julho ou agosto de 1974. Entrei em 2 de janeiro de 1975 e fiquei na empresa por 35 anos sem parar. Mangaratiba no começo era maravilhosa: tinha a estação com o trem. A MBR no começo era ótima para as pessoas. Comecei pequeno. Trabalhava no terminal da Ilha Guaíba. Atravessava de barco todos os dias de manhã. No início, ainda tinha o transporte de funcionários por trem, mas quando o fluxo de gente e de minérios aumentou eles passaram a enviar funcionários só de barca. Embarcava todos os dias no porto do Centro e morava pertinho da plataforma. Me aposentei em 2009 e nunca mais voltei ao terminal. Não tenho vontade porque muita coisa mudou para pior. O progresso não foi bom, não. Havia três clubes, um carnaval maravilhoso. As pessoas ficavam passeando na rua Coronel Moreira da Silva, conversando. A festa de Nossa Senhora da Guia era enorme, cheia de barracas, e hoje, quando tem festa, não é mais a mesma coisa. A praça era diferente – a gente brincava sobre quem frequentava o “jardim de cima”. Na época de festa, ia até a beira da Andorinha pegar palha de coco para fazer as barracas. Faziam forró à vontade. Andei em muitos lugares e o que mais gosto é da amizade, o convívio. Não tem coisa melhor do que andar pelas ruas, conhecer todo mundo e as pessoas falarem com você. Até hoje é assim. Meu ponto é um banco da praça onde dizem que quem senta, morre. Mas morre com 90 anos, então tudo bem!

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Cesar Carriço

CESAR CARRIÇO

MURIQUI

Nascido em 10 de janeiro de 1952. Na infância, a cidade era maravilhosa. Tinha quase tudo. Além da harmonia e conhecimento das famílias, tinha muito divertimento: bailes, festas, futebol, brincadeiras, a escola funcionando bem, reuniões de família e natureza. Sou um dos poucos que nasceu, morou e vai morrer em Mangaratiba. Estudei na escola Coronel Moreira da Silva no primário e em Muriqui no ginásio. Para ir para Muriqui era de trem, e voltava ou de trem ou de carona com os caminhões de entrega. A empresa de Ônibus Expresso Mangaratiba nessa época já funcionava de São João de Meriti a Mangaratiba, então também voltava de ônibus às vezes. Recordo com saudade do bloco “Grito do Leão” com o “Se a Canoa Não Virar” tocada no clarinete. Também tinha a Banda “Cata Folião” que saía do Grêmio Olímpico tocando sozinha, e passava pela rua do cinema e chegava na praça lotada de seguidores. Isso foi até o final dos anos 70. Nos anos 80, não tinha mais o Grêmio, onde hoje é o prédio da Fundação Mário Peixoto. Lembro das festas juninas: corrida do saco, pau de sebo, corrida do ovo na colher, mordida na maçã, dança com laranja, arrasta-pé, anarriê, dança com chapéu. A festa não dependia da prefeitura, era uma comissão que organizava. As comissões mudavam de ano para ano: um dos marítimos, outro dos ferroviários, outro dos pescadores, comerciários. A última diretoria da festa de Nossa Senhora da Guia foi a que deu problema, não deu certo, mas a festa já estava passando a parte social para Prefeitura. Meus irmãos e eu fomos pioneiros em vender Bananada Tita no trem. Foi por causa da venda de bananadas que perdi as provas e repeti de ano na escola. Vendia sorvete Kibon também, com isopor no ombro. Em Ibicuí, Praia do Saco, Ribeira. Mangaratiba sempre foi pequenininha e eu sempre tive pernas grandes. Lembro do banho de mar à fantasia no carnaval. No Centro, tinha uma banda que saía de dia e as crianças e adolescentes saiam fantasiadas e depois iam todos tomar banho de mar fantasiados. Tinha concurso de fantasia e para rainha do carnaval. Tinham os mascarados. Tinham os foliões solitários, que se fantasiavam e saiam sozinhos, não em grupo: Emil Passos, Ivan Maia, João Macuco, o Bacalhau e a Dona Joaquina. Bacalhau dizia: “Mangaratiba, cidade que me seduz: de dia falta água, de noite falta luz”. Eu fazia parte do Bloco da Múmia, em que todo mundo se enrolava em papel higiênico e saia desfilando. Recordo os eventos da Fundação Mário Peixoto, como o Cachaça Poética, que não estão fazendo mais. Não tenho habilidade para ser organizado, mas sempre participava quando era convidado. Às vezes, mesmo sem ser poeta, levava um escrito só para poder participar.

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Aderbal Teixeira da Cunha Filho (Bauer)

ADERBAL TEICEIRA DA CUNHA FILHO (BAUER)

MANGARATIBA - CENTRO

Nascido e criado em Mangaratiba. Morava onde hoje tem a escolinha Maria Augusta – antes tinha um valão que agora é canalizado. Uma vez caí todo arrumado dentro do valão. Lembro dos mais antigos na praça, conversando. Quando criança ficava na praia brincando, jogando futebol, pulava da ponte e do guindaste. Ótimas lembranças. Era uma época boa, eu dormia com as janelas abertas. Hoje em dia não tem mais sossego. Fui jogador de futebol. Joguei cinco anos no Fluminense, mais dois anos no Bangu, depois Maceió e Fortaleza. Quando voltei para Mangaratiba, trabalhei no porto, no almoxarifado de uma empresa e como vendedor de fabricantes de bebidas. Hoje, mexo com plantas, tenho dois filhos e três netos e planejo morar na Serra do Piloto em breve.

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Humberto Carlos Mendonça Vaz

HUMBERTO CARLOS MENDONÇA VAZ

MANGARATIBA - CENTRO

Nascido e criado na cidade, vereador e presidente da Câmara, idealizador e criador da Fundação Mário Peixoto. Responsável pela preservação do Solar Barão do Sahy e do Centro Cultural Cary Cavalcanti.

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Fátima Ribeiro de Oliveira

FÁTIMA RIBEIRO DE OLIVEIRA

MANGARATIBA - CENTRO

Quando eu era jovem tinha um parceiro de Bloco do Farofa, o Naldo. Fiquei muito triste com a partida dele. O bloco começou só com homens, aí nos anos 70 ou 80 eles abriram para todo mundo. Foi nessa época que Naldo virou meu companheiro de carnaval.

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Patrícia Vieira Braga

PATRÍCIA VIEIRA BRAGA

MANGARATIBA - CENTRO

Sou nascida em 1952 e criada em Mangaratiba. A maior parte da vida morei na cidade. Cresci no Centro, que era uma grande família. Estudávamos e brincávamos juntos. Na quadra, tinha esportes e os blocos no carnaval. Sinto saudades da praça, onde acontecia tudo. É uma honra para mim hoje ser comerciante na mesma praça. Amo a cidade, sou mangaratibana com amor.

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Mary Jane Fonseca Torres

MARY JANE FONSECA TORRES

JUNQUEIRA

Vim de Campo Grande e já moro no Junqueira há alguns anos e não quero voltar. Acho a cidade pequenina, limpa, organizada e quero terminar os dias aqui. Gosto da praia, dos amigos que fiz, da igreja, do convívio com as pessoas, da hospitalidade, de tudo.

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Maria Aparecida Angelo da Silva (Cida)

MARIA APARECIDA ANGELO DA SILVA (CIDA)

JUNQUEIRA

Nascida em Junqueira em 1961, numa colônia caiçara. Meus pais eram pescadores e acredito que minha mãe é descendente dos Tupiniquins que foram expulsos do Centro quando os brancos dissolveram o aldeamento. Isso porque minha avó era indígena, com longos cabelos lisos. Os próprios moradores têm essa recordação, das raízes indígenas, apesar de não terem documentação comprovando. A família e a comunidade caiçara nunca tiveram propriedade, sempre foram caseiros, moravam em terrenos de outras pessoas. Quando criança, lembro muito das brincadeiras na praia, da grande figueira na praça, das corridas de canoas (meu irmão venceu três vezes) e da pesca. Era uma comunidade sustentável, que pescava, criava animais e plantava o que comia, e o que não tinha trocava pelo excedente do que produziam com a quitanda do Centro. Não tinha luz elétrica e a comunidade ficava isolada, só podia sair a pé, de barco ou de trem, que passava rente à praia. Tenho no trem grandes recordações, já que que conectava a comunidade com o mundo, levava ao Centro para estudar e via indo e voltando com os veranistas e os moradores. Com a construção do porto, nos anos 60, e a dragagem do canal, a praia mudou e a pesca foi prejudicada. Quando o trem de passageiros parou de passar, na sequência, a comunidade ficou muito isolada e acabou, aos poucos, se dissipando. Depois de uns 15 anos de trilhos abandonados, foram retirados e o caminho transformado em estrada, o que acabou devastando de vez a região, que viu sua praia e encostas sumirem com as construções. Fui estudar no Rio, mas quis voltar, e mudei para o Centro. Já adulta, comecei a me interessar pela história da cidade indo trabalhar na Fundação Mário Peixoto. Sou uma das responsáveis pela salvaguarda da história da cidade e tenho um grupo de forró, que toca nos bares e festas da cidade.

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